Deve
existir algo de especial na letra M, que provoca excitação nos entusiastas
quando é lida ou ouvida junto de um número. A combinação, que indica um
dos mais picantes BMWs, desta vez foge à normalidade: M6.
Desde o M635 CSi de 1986
os fãs da marca não fazem essa associação. O M6, derivado do cupê Série 6
lançado em 2003, combina uma carroceria de linhas sensuais ao motor V10 de
5,0 litros e 507 cv introduzido há pouco no novo M5.
Com essa potência entregue a 7.750 rpm e torque máximo de 53 m.kgf a 6.100
rpm (mas a 3.500 já são 46 m.kgf), acelera de 0 a 100 km/h em 4,6
segundos. A máxima fica restrita a 250 km/h pelo acordo com o governo
alemão, mas superaria 320 sem o limite eletrônico.
O V10 possui o
mais avançado controle eletrônico já usado num carro, que realiza 200
milhões de operações por segundo. Cada cilindro tem sua borboleta de
aceleração, que pode se abrir ou fechar totalmente em 120 milissegundos.
Para garantir a lubrificação sob aceleração lateral superior a 0,6 g nas
curvas (pode chegar a mais de 1 g), um sistema ativa uma de duas bombas
eletrônicas que trazem óleo de um dos cabeçotes para o cárter.
Como
no M5, o câmbio do M6 é o manual seqüencial SMG (Sequential Manual
Gearbox) de sete marchas, que oferece seis padrões de troca em operação
manual e cinco em automática. Em aclives e declives, a caixa seleciona uma
marcha mais baixa para manter a aceleração ou o freio-motor, na ordem. Nas
reduções intensas comandadas pelo motorista, a embreagem (automática, sem
pedal) abre-se por instantes para que as rodas traseiras não bloqueiem. O
diferencial autobloqueante
tem atuação variável de acordo com a velocidade.
O M6 usa rodas de
19 pol em alumínio forjado (1,8 kg mais leves que as de alumínio fundido),
com pneus dianteiros 255/40 e traseiros 285/35, e freios que podem gerar
1,3 g de desaceleração, parando-o a partir de 200 km/h em 140 metros. A
suspensão tem controle eletrônico dos amortecedores de série com três
padrões: conforto, normal e esporte. Quando o motorista seleciona um
deles, altera o grau de assistência da direção Servotronic. O controle de
estabilidade DSC também tem um modo esporte, em que uma boa dose de sobresterço
pode ser provocada pelo acelerador antes de sua intervenção.
Tantos
ajustes -- e outros mais, como o do mostrador projetado no pára-brisa --
podem ser centralizados no MDrive Manager: uma vez memorizados, um botão
no volante faz o carro assumir as regulagens preferidas por aquele
usuário. Tudo isso em um cupê que ficou belíssimo com o tratamento visual
desta versão -- defletor dianteiro, saias laterais e traseira, esta com
extrator de ar. Os bancos esportivos M são revestidos em couro Merino,
disponível em cores que chegam ao vermelho.
A partida do motor é
dada por um botão no console, com um detalhe: se não for acionado o
comando Power, o M6 fica limitado a "apenas" 400 cv -- ideal para
emprestar à vovó que vai ao supermercado... A fera chega ao mercado
europeu no final de 2005.
Este texto foi reproduzido da publicação na
Internet de 14/12/04 do
Best Cars Web Site Brasil.
Abaixo algumas fotos do M6: