2002 TURNO 30 ANOS BMW 2002 Turbo E10 Coup
Este texto foi reproduzido da publicação na Internet de 12/02/05 do Garagem Web, de autoria de Renato Bellote Gomes. Tempero Bávaro Os alemães são conhecidos no mundo automotivo por sua precisão e rapidez. Entre as marcas que conhecemos, uma bávara merece atenção especial: a BMW. Atualmente, os “foguetes” da empresa são desenvolvidos por sua divisão esportiva M, e rasgam as autobahns a mais de 250 km/h. Mas, no início da década de 70, a preparação de fábrica não era muito popular, até que a BMW lançou seu trunfo: o sedã 2002 turbo, o primeiro carro europeu equipado com esse equipamento. Lançada em 1968, a nova versão 2002(inicialmente 1600 de 1966, depois 1800 e neste ano 2000 cilindradas) agradou o público europeu logo de cara, com um estilo conservador mas com um certo ar esportivo. A potência dos motores começava em 100 cavalos e tinha uma opção mais apimentada, lançada em 1971, com 130 cavalos de potência e injeção de combustível. Mas a velocidade máxima de 190 km/h não foi suficiente para acalmar os ânimos do público alemão e, dois anos mais tarde, foi desenvolvido e lançado o revolucionário modelo turbo, no Salão de Frankfurt. Partindo do bloco 2.0, a BMW “envenenou” seu sedã com uma turbina KKK, utilizada pela Audi anos mais tarde, alcançando a potência de 170 cavalos. Os primeiros 100 quilômetros chegavam em apenas 7 segundos, e a velocidade máxima beirava os 210 km/h, suficientes para injetar adrenalina no mais cético dos alemães. O bólido trazia ainda um belo pacote estético, com saias laterais, rodas de 6 polegadas, spoilers por toda a carroceria e alargadores de pára-lamas, que o deixavam com um jeitão “musculoso”. Outra característica única do 2002 era a grafia invertida com o nome do modelo, que ao ser avistado no retrovisor, já provocava arrepios nos outros motoristas, liberando prontamente sua passagem. Apesar de toda a agressividade do modelo, o 2002 apresentava alguns problemas, que logo se tornaram crônicos. O turbolag, tempo que a turbina leva para atingir sua capacidade máxima, se mostrou bastante acentuado. A inércia da turbina durava até as 4.000 rotações, quando o sedã se tornava arisco e extremamente indócil para condução, liberando seu torque agressivo de 24 kgfm no asfalto, o que se tornava um incômodo para os motoristas menos experientes. Um opcional muito valorizado era o câmbio de cinco marchas com relações curtas, que melhorava substancialmente a dirigibilidade do veículo. Por dentro, o bólido alemão oferecia um acabamento espartano, com utilização de plástico no painel, além de bancos esportivos e volante de menor diâmetro. No centro, o manômetro do turbo ganhou destaque, mas sua leitura era um pouco complicada, já que se dividia apenas em três escalas de atuação. Externamente, o carro oferecia duas opções de cores: branco (Chamonix White) e prata (Polaris Silver). O modelo fez história e, curiosamente, não teve nenhum exemplar vendido nos Estados Unidos. Após 1.672 unidades fabricadas, o 2002 turbo saiu de linha em 1975, 30 anos atrás, tornando-se uma “garrafa” desejada numa safra de raros esportivos europeus. Veja algumas fotos: |