SÉRIE 3 E90 FINAL





Bonita por fora, melhor ainda por dentro

Como evoluir um carro que é sucesso de vendas e ainda não parece defasado? O mesmo desafio que a BMW enfrentou em 1998, no lançamento da quarta geração (E46) do Série 3, repetiu-se agora com a chegada de seu sucessor. Antecipado em agosto com o vazamento de fotos oficiais pela internet, o modelo identificado como E90 aparece agora em material de divulgação do fabricante. A estréia é só em março no Salão de Genebra.

Para alguns, é um alívio perceber que a equipe de Chris Bangle (o estilista americano responsável pelos recentes e controvertidos desenhos dos séries 5, 6 e 7 e do roadster Z4) foi moderada desta vez, optando por linhas mais convencionais. Para outros, porém, fica a decepção de ver o modelo mais expressivo da marca em vendas descaracterizado, com uma traseira que remete ao Nissan Primera da década passada. Não resta dúvida de que o impacto positivo conseguido com a geração E36, de 1990, não vai se repetir tão cedo.

Se por fora as notícias poderiam ser melhores, por dentro há boas novidades. A carroceria está mais rígida (em 25%) e leve e as medidas cresceram para ganho de espaço interno: 49 mm no comprimento (agora 4,52 metros), 78 mm na largura (1,81 m), 35 mm entre eixos (2,76 m) e, como se espera de um BMW, apenas 9 mm na altura (1,42 m).

O painel destaca o mostrador à direita do motorista, que exibe informações de navegação, computador de bordo, climatização e outras, controladas pelo iDrive -o comando no console que parece um mouse circular. O sistema Comfort Access destrava as portas e permite dar partida ao motor (por botão) sem uso de chave, bastando manter o comando no bolso, e ajusta bancos, retrovisores, rádio e climatização conforme o usuário memorizou.

Entre os motores desta fase inicial, o destaque é o novo seis-cilindros em linha de 3,0 litros, 258 cv de potência e 30,6 m.kgf de torque do 330i, o mais potente e leve da categoria. Dotado de Valvetronic, leva-o de 0 a 100 km/h em 6,3 segundos e à máxima de 250 km/h (limite eletrônico), ao mesmo tempo em que reduz o consumo em relação ao motor anterior de 231 cv.


Motor 06 cilindros


Há novidades também no 325i, que terá 218 cv e 25,5 m.kgf. Completam a oferta o 320i, com um 2,0-litros de quatro cilindros e 150 cv, e o 320d, cujo 2,0 turbodiesel com injeção de duto único entrega 163 cv. Outros motores serão lançados mais tarde, sendo aguardado com entusiasmo o novo M3, provavelmente com um V8. Toda a linha tem seis marchas nos câmbios manual e automático e, claro, tração traseira.

Entre os recursos de segurança, inédito é o Brake Standby, parte do sistema DSC+ usado nos modelos de seis cilindros, que deixa os freios pronto para atuar assim que o motorista tira o pé do acelerador abruptamente. Outros sistemas são o Soft Stop, que modula a pressão nos freios para evitar o "mergulho" da frente; Start-Off Assistant, que impede o recuo do carro ao arrancar em aclives; e um sensor que mantém os discos de freio secos ao trafegar em pista molhada.

A Active Steering ou direção ativa, já usada nos Séries 5 e 6, chega a esta categoria como opcional nos seis-cilindros. A suspensão dianteira faz farto uso de alumínio e a traseira usa o conceito multibraço com cinco articulações, como no Série 1. De resto, o Série 3 traz seis bolsas infláveis de série (incluindo cortinas para toda a área lateral), luzes de freio com dois estágios (ficam mais intensas se o antitravamento ABS entrar em ação) e pneus que rodam vazios, também de série.

O carro pode viajar nada menos que 240 km com os quatro pneus sem ar, a até 80 km/h, o que faz do estepe coisa do passado.

Este texto foi reproduzido da publicação na Internet de 26/10/04 do Best Cars Web Site Brasil.

Abaixo algumas fotos do 330 Sedan: